Dormir bem vai muito além de recuperar as energias: é um dos pilares essenciais para manter a "Saiba mais sobre" saúde mental em equilíbrio. A psiquiatra Bianca Bolonhezi, CEO do Instituto Macabi, reforça que a privação de sono não apenas pode ser consequência, mas também causa de transtornos como depressão, ansiedade, bipolaridade e psicoses.
Segundo a médica, existem sete pilares fundamentais para a saúde mental: exercício físico, alimentação, rede de apoio, espiritualidade ou autocuidado, psicoterapia, medicação e sono. “O sono é uma necessidade básica. É durante ele que o cérebro regula emoções, equilibra hormônios, fortalece o sistema imunológico e consolida memórias”, afirma Bianca.
Dormir menos de seis horas por noite pode aumentar significativamente o risco de transtornos mentais. A privação de sono prejudica o funcionamento do córtex pré-frontal e da amígdala — áreas do cérebro responsáveis pelo controle emocional —, o que se reflete em mais irritabilidade, medo, impulsividade e tristeza.
A psiquiatra alerta que tanto a insônia quanto o excesso de sono são prejudiciais. “A insônia pode ser sintoma isolado ou indicar transtornos como depressão, ansiedade ou bipolaridade. No transtorno bipolar, por exemplo, alterações no sono podem sinalizar o início de um episódio de mania ou hipomania”, explica.
Durante o sono profundo, especialmente na fase REM, ocorrem processos essenciais: redução do cortisol (hormônio do estresse), aumento do hormônio do crescimento e regulação das emoções. A privação crônica ou a fragmentação do sono comprometem esses mecanismos, afetando a neuroplasticidade e aumentando a reatividade emocional.
Em quadros como a esquizofrenia, alterações no sono — como a redução das ondas lentas e a fragmentação do sono REM — podem agravar déficits cognitivos e sintomas negativos.
Para Bianca Bolonhezi, cuidar do sono é também um gesto de autocuidado. “Dormir bem não impede que transtornos mentais ocorram, mas reduz um importante fator de risco. O ideal para adultos é dormir entre 6 e 8 horas por noite. Dormir menos ou mais do que isso pode afetar o funcionamento do cérebro e a forma como lidamos com as emoções”, conclui.