A Galleria Borghese, em Roma, inaugura uma exposição sem precedentes dedicada a uma das artistas mais influentes do século passado: Louise Bourgeois. Intitulada “Unconscious Memories”, a mostra marca a primeira vez que a Galleria Borghese dedica uma exposição a uma artista mulher contemporânea. Esta também é a primeira vez que o trabalho da artista franco-americana é exibido em Roma, proporcionando uma oportunidade única para explorar a profunda conexão entre sua prática artística e a histórica coleção da Galleria Borghese.
Concebida por Cloé Perrone e curada em colaboração com Geraldine Leardi e Philip Larratt-Smith, a exposição foi realizada em parceria com a The Easton Foundation e a Academy of France – Villa Medici. Focando na contribuição monumental de Bourgeois para a escultura, “Unconscious Memories” entrelaça a memória pessoal da artista com a memória coletiva do museu, criando um diálogo fascinante entre suas esculturas e a arquitetura do Casino Borghese.
A exposição apresenta cerca de 20 obras de Bourgeois, estrategicamente distribuídas por vários ambientes do museu, incluindo o Aviário e o jardim Meridiana. Os temas de metamorfose, memória e estados emocionais são centrais na obra da artista e encontram ressonância nas peças da coleção Borghese. A diversidade de formas, materiais e escalas nas esculturas oferecendo novas perspectivas sobre a experiência humana, enriquecendo a compreensão dos visitantes sobre esses temas.
Louise Bourgeois (1911-2010) teve uma carreira artística de sete décadas que transformou discussões críticas sobre "Saiba mais sobre" arte contemporânea. Incorporando temas de psicanálise e feminismo, suas obras exploram a complexidade das emoções humanas. A partir dos anos 1960, após um período intenso de psicanálise, Bourgeois começou a trabalhar com formas biomórficas e materiais diversos, como borracha e gesso. Nos anos 1990, ela introduziu suas primeiras “Células”, estruturas que combinam elementos esculpidos, objetos encontrados e itens pessoais.
O relacionamento de Bourgeois com a Itália e a coleção Borghese foi fundamental para sua prática criativa. Seu primeiro encontro com a coleção Borghese ocorreu no Louvre nos anos 1930, e foi aprofundado durante suas estadias em Pietrasanta e Carrara, onde produziu numerosas esculturas em bronze e mármore. Essas visitas influenciaram significativamente seu trabalho, refletido em peças como “Janus Fleuri”, “Topiary” e “Passage Dangereux”.
As “Células” de Bourgeois, que abordam temas de memória, desejo e os cinco sentidos, são destaques da exposição. A instalação “Cell (The Last Climb)”, localizada no hall de entrada, apresenta uma escadaria em espiral como metáfora dos ciclos da vida, enquanto “Cell XX (Portrait)” investiga o retrato das emoções humanas. No jardim Meridiana, esculturas como “The Welcoming Hands” e “Spider” simbolizam intimidade e proteção, contrastando com a delicadeza de obras em mármore rosa como “Jambes Enlacées”.
A exposição também explora a interação entre a obra de Bourgeois e a coleção Borghese. Na Sala dos Imperadores, cabeças de tecido da artista dialogam com bustos de Césares, criando um efeito de estranhamento e contraste. Estas peças revelam a tapeçaria emocional e psicológica que Bourgeois tece em suas esculturas.
Francesca Cappelletti, Diretora da Galleria Borghese, destaca a relevância da exposição: “Louise Bourgeois: Unconscious Memories incorpora aspectos significativos da obra da artista: o inconsciente e a memória. A mostra reafirma a importância do diálogo entre a arte antiga e contemporânea, renovando a leitura da história da arte.”
A exposição é acompanhada por um catálogo e um guia produzidos pela Marsilio Arte, e foi possível graças ao apoio da FENDI, patrocinadora oficial. O programa público “Esistere come Donna” (Existir enquanto Mulher) foi organizado por Electa, com parceria de hospitalidade do Hotel Eden, Dorchester Collection. A Academy of France – Villa Medici também hospeda um dos trabalhos da artista, “No Exit”, no Salon de Lecture.
Louise Bourgeois: Unconscious Memories promete ser uma experiência imperdível, oferecendo uma nova perspectiva sobre a relação entre memória pessoal e coletiva, arte contemporânea e clássica, e a profundidade da experiência humana.
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