Menopausa e Saúde Mental: O Papel da Psicoterapia na Qualidade de Vida da Mulher
A menopausa é uma fase natural na vida da mulher, marcada pelo encerramento do período reprodutivo e caracterizada pela ausência da menstruação por pelo menos 12 meses consecutivos. Apesar de ser um processo biológico, ele carrega consigo diversos mitos e fantasias que precisam ser desmistificados. Segundo a psicóloga e CEO da Mental One, Aline Graffiette, um dos principais desafios enfrentados pelas mulheres nesse período é a falta de compreensão sobre as mudanças hormonais e seus impactos na "Saiba mais sobre" saúde mental.
“Os hormônios funcionam como maestros dos nossos neurotransmissores. Quando eles entram em queda, a orquestra do nosso organismo se desregula”, explica Aline. A diminuição da produção de estrogênio e testosterona tem impacto direto na regulação emocional, podendo gerar sintomas como irritabilidade, ansiedade, depressão e dificuldade de concentração, além do fenômeno conhecido como “brain fog” – uma sensação de confusão mental e lapsos de memória.
A percepção dos sintomas também está atrelada ao estilo de vida da mulher. “Quanto mais ativa a mulher é, mais ela percebe os impactos da menopausa em sua rotina. Já as mulheres mais sedentárias costumam ter os sintomas identificados pelos outros, pois há uma queda na sua produtividade e bem-estar”, pontua a especialista.
Além dos aspectos emocionais, a menopausa traz sintomas físicos que afetam diretamente a qualidade de vida, como dores articulares, rigidez muscular, inchaço e insônia. Esses desconfortos, por sua vez, influenciam a autoestima da mulher e podem gerar um ciclo de desmotivação e mal-estar constante. Para minimizar esses efeitos, Aline Graffiette ressalta a importância da psicoeducação e do acompanhamento profissional, tanto ginecológico quanto psicológico.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem se mostrado um dos métodos mais eficazes para lidar com as mudanças psicológicas decorrentes da menopausa. “A TCC possui protocolos padrão-ouro para tratar sintomas emocionais ligados a mudanças hormonais, ajudando a mulher a compreender o que está acontecendo e a desenvolver estratégias para lidar melhor com essa fase”, destaca Aline. Essa abordagem também é utilizada para auxiliar adolescentes no período da puberdade, reforçando a importância dos hormônios na regulação emocional ao longo da vida.
Outro ponto fundamental é entender que os homens também passam por um processo semelhante, conhecido como andropausa, que também envolve uma queda hormonal e pode trazer alterações no humor e na energia. “Os hormônios são mediadores da nossa saúde mental, tanto em excesso quanto na ausência deles. Por isso, buscar apoio profissional é essencial para atravessar essas mudanças com mais equilíbrio e qualidade de vida”, conclui a especialista.
Com informação e acompanhamento adequado, a menopausa pode ser encarada de forma mais leve e positiva, garantindo bem-estar e plenitude para as mulheres nessa fase da vida
