A blindagem automotiva no Brasil encerra 2025 em evidência. Apenas no primeiro semestre do ano, foram registrados 22.425 veículos blindados, consolidando uma frota nacional estimada em cerca de 425 mil unidades. O desempenho confirma a demanda aquecida observada desde 2021 e sucede o recorde de 34.402 veículos blindados em 2024. Com a virada do ano, o setor passa a projetar os próximos movimentos e aponta inovação tecnológica e eficiência produtiva como eixos centrais para 2026.
Materiais balísticos avançados e processos mais eficientes
Fabricantes e blindadores destacam a adoção de novos materiais como fator decisivo para a evolução da blindagem automotiva. Polímeros de ultra-alto peso molecular (UHMWPE), aramidas e polímeros de alta resistência surgem como alternativas ao aço, com ganhos diretos em redução de peso, dirigibilidade e consumo de combustível. A racionalização de processos produtivos também avança, com impacto no tempo de instalação e no custo final ao consumidor.
Segundo o especialista em gestão de riscos e segurança Flavio Galhardo, compostos à base de UHMWPE já demonstram que é possível combinar resistência balística com menor massa, favorecendo o uso diário do veículo e ampliando o interesse de novos perfis de compradores.
Demanda crescente e expectativas para o mercado em 2026
O contexto social segue influenciando a procura por proteção veicular. Dados recentes indicam que, apesar da redução gradual nas taxas de homicídio na última década, os números absolutos permanecem elevados, especialmente nas grandes metrópoles, o que mantém a blindagem como uma solução privada relevante para segurança pessoal e familiar.
Para 2026, representantes do setor projetam maior competitividade entre blindadores, economias de escala na cadeia de suprimentos, desenvolvimento de soluções modulares e maior automação industrial. Também ganham espaço discussões sobre blindagem para veículos eletrificados, uso de grafeno e polímeros avançados, temas recorrentes em eventos e fóruns do setor ao longo de 2025.
Especialistas recomendam que consumidores avaliem não apenas o preço inicial, mas também o nível balístico conforme normas vigentes, impacto no desempenho do veículo, garantia técnica e certificações das oficinas e materiais. A orientação inclui acompanhar autorizações e homologações do Exército Brasileiro, responsável pela regulamentação da blindagem civil no país.
O que esperar para 2026
A expectativa do mercado inclui ampliação de ofertas com materiais mais leves, possível redução do custo médio por instalação, crescimento contínuo da frota blindada e maior integração entre fornecedores de matéria-prima, blindadores e o mercado automotivo, incluindo frotas corporativas e veículos híbridos e elétricos.




