No Blackcard Talks, recebemos Sergio Kamalakian, fundador da marca Sergio K. e do Maison Dodoma, para uma conversa sobre luxo contemporâneo, escolhas pessoais e a arte de viver com autenticidade.
Com uma rotina guiada pelo olhar estético e estratégico, ele compartilha como se desafia diariamente ao unir moda e entretenimento com propósito. “Me esforço para viver o agora com os olhos no amanhã. Me desafiar é parte do meu DNA”, revela.
Inspirado pelo comportamento nas ruas, Sergio olha além do seu segmento, buscando referência em artistas visuais, arquiteturas brutalistas e pessoas autênticas. Ao falar de luxo, é direto: “O verdadeiro luxo pra mim é poder dizer ‘não’ — e não sentir culpa por isso.”
Na rotina, rituais simples e significativos sustentam sua criatividade. Do perfume autoral nas viagens ao silêncio das noites produtivas, ele equilibra intensidade e introspecção. “É no barulho da solidão que escuto minhas ideias mais ousadas. É aí que a mágica começa.”
BC: Como você se desafia pessoalmente para inovar e evoluir continuamente, tanto no profissional quanto no pessoal?
SK: Me esforço para viver o agora com os olhos no amanhã. Me desafiar é parte do meu DNA — viajo, observo, escuto, erro rápido, mudo de rota. Recentemente, abrir o Bar Maison Dodoma foi um desses movimentos: unir moda e entretenimento com o mesmo olhar estético e estratégico, entendo que o cliente que atendo está cada vez mais ligado a experiência do que com um simples produto.
BC: Quais experiências ou pessoas fora do seu campo de atuação mais o inspiram no trabalho que faz?
SK: Artistas visuais, fotógrafos irreverentes, arquitetura brutalista, gente autêntica. Mas nada me inspira mais do que observar o comportamento nas ruas — o estilo real, orgânico, espontâneo. Foi esse olhar que me levou a criar a Maison Dodoma, alinhado ao momento cultural em que o entretenimento e a experiência são parte essencial do consumo de lifestyle. Misturar universos, sempre me inspirou.
BC: O que você mudou recentemente no seu estilo de vida que foi um divisor de águas?
SK: Aprendi a desacelerar. Parece clichê, mas respeitar meu tempo entre um projeto e outro mudou meu foco e clareza. Hoje, menos é mais — inclusive no meu calendário.
BC: Como você integra o luxo no seu dia a dia de uma maneira que vai além dos bens materiais?
SK: Viver intensamente e ter liberdade de escolha. O verdadeiro luxo pra mim é poder dizer “não” — e não sentir culpa por isso.
BC: Cite um hobby ou interesse incomum que traz alegria à sua vida?
SK: Viajar, gosto de colecionar itens de decoração e gosto de acompanhar a bolsa de valor.
BC: No mundo digital, como você mantém uma conexão humana autêntica com aqueles que estão à sua volta?
SK: Mensagem de voz, olho no olho, encontros presenciais rodeado de amigos. A real conexão está no tempo de qualidade.
BC: Como você nutre e mantém conexões pessoais significativas ao longo do tempo?
SK: Com presença e verdade. Sou fiel aos meus. Gosto de surpreender com algo pessoal — um presente que tem história, um almoço fora de hora, um telefonema sem motivo.
BC: Nos momentos de desconexão, quando você se despe da “armadura” do sucesso, o que gosta de fazer?
SK: Desligo tudo, cozinho algo simples, abro um vinho. Ou então viajo para lugares que já fui inúmeras vezes e que conheço cada esquina. Isso me permite descansar, sem a ansiedade de desbravar para conhecer.
BC: A arte desempenha um papel significativo na experiência do luxo. Como ela se manifesta na sua vida pessoal?
SK: Ela está nas paredes da minha casa, nas roupas que desenho, nas playlists que monto. Arte é linguagem. É minha forma de contar histórias sem falar nada.
BC: Existe um livro que você considera não apenas uma leitura, mas uma experiência?
SK: “Just Kids”, da Patti Smith. É cru, sensível, e fala sobre criar algo do nada — algo que todo artista sente na pele.
BC: Como você valoriza os momentos de silêncio e solidão, encontrando neles uma fonte de inspiração?