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Falta de conscientização sobre lipedema é problema no combate à doença; saiba 5 sinais para prestar atenção

Em 2022, o lipedema foi padronizado como doença, mas ainda hoje é um problema pouco conhecido pela população e até mesmo pelos médicos, o que atrapalha o diagnóstico e tratamento. “Frequentemente, a paciente com lipedema passa a vida como uma ‘falsa magra’, isto é, magra da cintura para cima, mas com pernas grossas. Muitas vezes, acredita que esse é o padrão de corpo familiar, já que o lipedema realmente pode afetar várias mulheres da família, então não pensa que pode ser um problema. E, como até pouco tempo o lipedema não era considerado uma doença, a literatura científica sobre seus mecanismos ainda é muita escassa. Dessa forma, a própria comunidade médica ainda está tomando consciência sobre a doença e se capacitando para o tratamento”, explica a cirurgiã vascular Dra Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. O cenário é ainda pior visto que o lipedema pode ser facilmente confundido com outros condições, como a obesidade e a celulite, atrasando ainda mais o diagnóstico e o tratamento com consequente evolução no quadro. Mas, para ajudar nesses casos, a especialista apontou alguns sinais que podem indicar a presença de lipedema. Confira:

Acúmulo de gordura desproporcional: O lipedema é uma doença caracterizada pelo acúmulo de tecido gorduroso com aumento desproporcional no tamanho dos membros. “A doença afeta principalmente áreas como coxas, culotes, quadris e pernas, mas, eventualmente, pode atingir também os braços, porém, com menos frequência. Além disso, o lipedema é sempre simétrico”, diz a médica, que ressalta que pessoas com sobrepeso devem ficar especialmente atentas ao lipedema, visto que pode ser difícil notar o aumento do tamanho dos membros inferiores.

Gordura difícil de ser eliminada: É muito comum que o lipedema seja confundido com a obesidade, o que causa grande frustração nas pacientes quando as estratégias comumente empregadas nesses casos não funcionam. “O grande problema é que a gordura do lipedema é doente, e frequentemente, não reduz somente com hábitos básicos como dietas e prática de atividade física. Esse deve ser outro sinal de alerta para buscar ajuda profissional”, aconselha.

Dor ao toque: A dor ao toque é um dos principais sinais do lipedema. “Não é incomum que a portadora de lipedema estranhe ao se submeter a uma drenagem linfática ou massagem relaxante, já que experiência, que deveria ser agradável, geralmente é acompanhada de dor e sensibilidade ao toque”, afirma a especialista, que ainda destaca aumento da frequência de hematomas espontâneos e maior tendência ao acúmulo de líquido como outros sintomas da doença.

Presença de nódulos: O lipedema pode causar nódulos visíveis na pele, conferindo à região afetada um aspecto semelhante à celulite. “Fique atenta também à evolução desses nódulos: se eles crescerem, o tamanho das pernas aumentar e a pele começar a dobrar, como se fosse flácida, provavelmente trata-se de lipedema”, detalha a especialista.

Fatores de risco: Caso você apresente algum dos fatores de risco da doença, é importante redobrar a atenção aos sinais do lipedema. “O lipedema é um problema que afeta essencialmente o público feminino. Estima-se que 10% das mulheres sofra com o problema. Além disso, é uma doença genética e comumente atinge várias pessoas da mesma família”, diz a médica, que ainda afirma que existe uma forte correlação entre distúrbios hormonais e o avanço da doença. “Por isso, observamos picos de piora e manifestação da doença em períodos hormonais: puberdade, uso de anticoncepcionais, gestação e menopausa.”

Ao notar esses sinais, o mais importante é buscar auxílio médico. E não hesite em procurar uma segunda opinião caso suspeite da doença. “Hoje já existem algumas diretrizes que ajudam os médicos no diagnóstico, mas, por ser uma doença de tratamento multidisciplinar, é necessário que o médico se dedique a estudar o problema e entenda as várias áreas de conhecimento necessárias para direcionar as pacientes de maneira adequada”, diz a especialista. Apesar de ser uma doença crônica, isto é, sem cura, o lipedema pode ser controlado quando devidamente abordado. “Um bom tratamento de lipedema começa pelo cirurgião vascular, mas o acompanhamento com nutricionista, fisioterapeuta e, eventualmente, ortopedistas e cirurgiões plásticos também é fundamental”, diz a Dra. Aline Lamaita, que explica que mudanças no estilo de vida com adoção de uma alimentação anti-inflamatória e prática regular de atividade física são estratégias importantes para controlar a evolução do lipedema. “Mas outras medidas devem ser adotadas, como uso de meias de compressão e medicamentos e até mesmo a realização de procedimentos cirúrgicos para a retirada do tecido gorduroso doente, como a lipoaspiração”, finaliza.

FONTE: *DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular

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