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Não Fossem as Sílabas do Sábado, de Mariana Salomão Carrara

Um trágico e absurdo acidente que muda a vida de duas mulheres é tema de  Não Fossem as Sílabas do Sábado, uma adaptação para o romance que  rendeu à escritora e defensora pública Mariana Salomão Carrara o Prêmio São Paulo de Literatura em 2023. O espetáculo tem sua temporada de reestreia no Galpão do Folias de 20 a 24 de novembro, com apresentações às 20h de quarta a sábado e às 18h no domingo.  

A peça teve sua estreia em julho deste ano no Sesc Belenzinho, com ingressos  esgotados desde a segunda semana; tem direção de Joana Dória, dramaturgia  de Liana Ferraz e elenco formado por Carol Vidotti e Fábia Mirassos. A ideia de transportar o romance para o palco surgiu de um encontro casual entre Vidotti e a autora Mariana Salomão Carrara na plateia de outro espetáculo, em junho de 2023.  

“Eu perguntei para a Mariana se ela já tivera um livro seu adaptado para o palco e ela disse que adoraria que isso acontecesse. Nesse instante, a semente do  projeto brotou na minha cabeça. Voltei para casa completamente eufórica, entendendo que ‘Não fossem as sílabas do sábado’ era a história que eu vinha  buscando para contar numa peça. Tinha lido o livro numa quinta-feira de janeiro e me envolvido profundamente com essas personagens”, revela Vidotti, que  assina a idealização da montagem.  

A trama se passa em uma manhã de sábado, quando Ana, que está em uma loja  de molduras, liga para seu marido André, pedindo ajuda para carregar o quadro  com o pôster do filme favorito do casal. Como a casa dos dois fica ali perto e  André está demorando muito, a esposa começa a suspeitar do atraso.  

Um trágico acidente muda a vida de Ana e de sua vizinha Madalena, que moram  no mesmo prédio, mas mal se conhecem: o marido de Madalena, ao pular da  janela, desaba justamente sobre André. A partir de então, o que une as duas  viúvas passa a ser justamente o que as separa. Em uma rotina de ausências,  elas vão se aproximando e, juntas, atravessam a dor, a chegada de uma criança  e as agruras do recomeço. Assim, nasce uma amizade que, talvez, expanda o  que se entende por família. 

“O luto vertiginoso que a narradora atravessa, as dores de ter seu plano de futuro  perfeito destruído, as dificuldades com a maternidade, e a maneira como, acima  de tudo, essas duas mulheres constroem uma relação de amizade e reformulam  juntas o entendimento de família eram temas que vinham de encontro às minhas  inquietações artísticas”, acrescenta Vidotti 

Sobre a sensação de ver seu romance adaptado para a cena, Mariana Salomão  Carrara relata: “Descobri que dentro da minha cabeça de escritora,  possivelmente dentro de qualquer cabeça de escritora, existe uma espécie de  palco. Só me dei conta disso quando vi, num ensaio, as atrizes materializando  as palavras que em algum momento escutei dentro da minha cabeça. Fiquei  muito emocionada e perdida ouvindo a conversa num léxico que não é o meu – 

figurino, sombras, refletores – tentando compreender esse fenômeno que é  tragarem para fora do livro e da cabeça de escritora essas vidas e essas dores  que parecia que eu estava conhecendo de verdade apenas ali”. 

A adaptação da obra para os palcos vem como disparador de temas caros de  trazer para o debate público, como vida e impermanência, memória e  apagamento, maternidade e luto, resistência e recomeços, amizade e amor.  Tudo sob uma perspectiva feminina. 

Já a diretora Joana Dória revela que se encantou pelo encontro das duas  mulheres. “Mergulhamos no processo criativo querendo fazer peça do romance:  manter seus traços estilísticos, suas imagens e adjetivos; explorar seu ritmo, 

seus fluxos, seus jorros, o transbordamento de palavras; e ter nossa prática  teatral movimentada pela matéria da literatura. Como o texto literário pode ser  transformado em expressão performativa, sonora, espacial e plástica? Como  essas diferentes abordagens textuais podem dialogar entre si na criação cênica,  sem que percamos de vista o objetivo simples de ser veículo de uma boa 

história?”, indaga.  

Além dos temas discutidos pela peça, as artistas destacam a importância de se  trazer ao público uma adaptação de uma obra literária, instigando e incentivando  as pessoas a tornar o ato de ler, acima de um hábito, uma prática social  significativa para um avanço de nossa capacidade de estar no mundo. 

Sinopse: 

Ana e Madalena são vizinhas, moram no mesmo prédio, mas mal se conheciam  até um fato trágico marcar a vida das duas e mudar os rumos de suas histórias.  O marido de Madalena, ao pular da janela, desaba justamente sobre o marido  de Ana. E, a partir disto, o que as une é o que as separa. Na rotina das ausências,  as duas viúvas vão se aproximando: atravessam a dor, a chegada de uma  criança, as agruras do recomeço. Nasce uma amizade, que talvez expanda o  que se entende por família. Não fossem as sílabas do sábado é uma adaptação  teatral do romance homônimo de Mariana Salomão Carrara. 

Ficha Técnica: 

Idealização: Carol Vidotti 

Elenco: Carol Vidotti e Fábia Mirassos 

Direção: Joana Dória 

Autora: Mariana Salomão Carrara 

Dramaturgia: Liana Ferraz 

Direção de movimento: Nina Giovelli 

Assistência de direção: Abel Xavier 

Trilha Sonora e operação de som: Pedro Semeghini  

Cenografia: Andreas Guimarães 

Figurino: Érika Grizendi 

Visagismo: Fábia Mirassos 

Projeções, mapping e operação de vídeo: Vic Von Poser  

Desenho e operação de luz: Henrique Andrade  

Direção técnica: Giovanna Gonçalves 

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio Assessoria de Comunicação

Fotos: Tomás Franco 

Designer gráfico: Renan Marcondes 

Produção: Paula Malfatti 

Apoio Cultural: Instituto Brasileiro de Teatro – IBT 

Gestão: Associação SÙ de Cultura e Educação 

Serviço 

Não Fossem as Sílabas do Sábado 

Temporada: 20 a 24 de novembro de 2024* 

De quarta a sábado, às 20h, domingo às 18h. 

Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213, Campos Eliseos 

Ingressos: R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia-entrada) e R$12,00 (moradores da  região)  

Vendas online Sympla 

Classificação: 14 anos 

Duração: 1h20 

Capacidade: 80 lugares

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